Produções

2011

Este artigo apresenta uma pesquisa desenvolvida com os alunos do segundo ano dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Ouro Preto, os quais têm, no primeiro ano, aulas práticas e teóricas de Química dadas de forma separada e por docentes distintos e, nos dois anos seguintes, passam a não ter aulas práticas no laboratório de Química. Com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista desses alunos, o impacto gerado no seu aprendizado de Química, em função dessa organização do ensino, aplicou-se um questionário, cujas respostas foram categorizadas e confrontadas com a análise da apostila utilizada nas aulas práticas. Embora a maioria dos alunos tenha declarado que essas aulas auxiliavam na compreensão da teoria, observou-se que elas eram de cunho verificacional e/ou ilustrativa, as quais não contribuem significativamente para a construção dos conhecimentos científicos dos estudantes.

Apresentamos as influências do PIBID na formação de licenciandos em Química da Universidade Federal de Ouro Preto. Foi realizado um estudo comparativo que envolveu dois grupos (10 bolsistas e 8 não bolsistas PIBID). A pesquisa teve dois objetivos principais. Primeiro, investigar a visão sobre experimentação no Ensino de Ciências. Segundo, o interesse em atuar na educação básica. Entrevistas semiestruturadas foram analisadas e as respostas categorizadas. Foi realizado consenso entre árbitros. As divergências de pontos de vista quanto à experimentação estão relacionadas às oportunidades que os bolsistas tiveram. Eles planejaram e aplicaram atividades experimentais, não verificacionais; usaram materiais alternativos e compreenderam a importância da formação adequada do professor para utilizar a experimentação de forma crítica. Constatamos que há diferenças quanto ao nível de ensino que pretendem lecionar. No grupo PIBID, o foco é a educação básica. O PIBID influenciou positivamente nisso. No grupo não PIBID, o foco é a educação superior.

Os estudantes tendem a perceber a química a partir dos fenômenos que os cercam. Dessa forma, é de extrema relevância promover a construção do conhecimento a partir de situações práticas presentes no cotidiano do aluno e das discussões acerca dos fenômenos observados. No Ensino de Química, essa abordagem contextualizada, discursiva e promotora do conhecimento pode ser obtida por meio da experimentação1. Existem diversas abordagens da experimentação no ensino, sendo algumas delas: verificacional, ilustrativo-demonstrativa e investigativa2. As atividades que abordam a experimentação de forma investigativa estruturam-se a partir de uma situação-problema que leva em consideração as ideias prévias dos alunos. Elas são planejadas de forma a proporcionar aos estudantes entendimento sobre a investigação científica, dando-os autonomia na tomada de decisões, no desenvolvimento de planejamentos, na elaboração de hipóteses, na coleta e interpretação de dados e na formulação de conclusões1. A experimentação com esse perfil é a que mais contribui para a formação de um cidadão crítico, pois favorece o desenvolvimento das habilidades cognitivas, relacionadas ao pensamento científico. Dentro desse contexto, investigou-se, sob o ponto de vista dos alunos, se as aulas práticas de Química oferecidas pelo Instituto Federal Minas Gerais/Campus Ouro Preto (IFMG/OP) contribuíam para a aprendizagem dos mesmos. Para isso, aplicou-se um questionário a 280 alunos (15-16 anos) do 2º ano do ensino técnico integrado dessa instituição. Foram propostas categorias para alocar as principais respostas dos estudantes acerca do papel da experimentação no ensino e aprendizagem de acordo a literatura1. Foi realizado consenso entre árbitros.

No presente trabalho são apresentadas algumas das ações realizadas na UFOP e nas Escolas de Ouro Preto e Mariana pelo PED UFOP Química no ano de 2010. Nos baseamos no diagnóstico da escola, relatórios dos encontros ocorridos na UFOP e daqueles produzidos pelos bolsistas para analisar e refletir sobre suas ações nas escolas e nos planejamentos de aula realizados a partir da interação entre coordenadores, supervisores e bolsistas para apresentar as principais ações do PED UFOP. Para afirmar sobre as visões de experimentação, aplicamos um questionário com questões abertas para sondar as visões dos bolsistas sobre experimentação na ciência e no ensino antes da discussão formal do tema. Uma análise mais detalhada desse aspecto será apresentado em outro trabalho na I SMEQ.

Devido à centralidade da experimentação para o aprendizado da Química, analisamos e discutimos a visão de experimentação de licenciandos em Química da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) de dois grupos, 10 bolsistas e 8 não bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de iniciação à docência (PIBID). Selecionamos esses grupos com o intuito de verificar se havia diferença na visão da experimentação e quais fatores influenciaram nisso. A amostra PIBID, contou com o apoio dos coordenadores e supervisores (professores universitários e da educação básica, respectivamente) para discussões iniciais sobre papel da experimentação no Ensino de Ciências e no planejamento de atividades experimentais a serem aplicadas em sala de aula. Com relação ao grupo NÃO-PIBID, estes apenas cursaram as disciplinas ‘Prática de Ensino de Química I’ e Estágio Supervisionado de Química I’ e tiveram a oportunidade de vivenciar a prática em sala de aula a partir das atividades a serem cumpridas na disciplina de estágio. Para perceber se havia diferenças entre os grupos, realizamos entrevistas semiestruturadas. Foram criadas categorias para alocar as principais respostas quanto ao papel da experimentação e quais fatores influenciaram nessa visão. Analisamos a coerência das respostas ao longo da entrevista e realizamos consenso entre árbitros.

O desenvolvimento de situações argumentativas no ensino é uma oportunidade para os alunos desenvolverem e controlarem o aprendizado, principalmente, por contribuir para o entendimento conceitual devido a oportunidade de refutar, e, consequentemente, favorecer o entendimento do porquê uma resposta é incorreta. As habilidades argumentativas do sujeito estão relacionadas com os conhecimentos prévios que ele possui. Pensando nessas relações, o objetivo desse trabalho era avaliar habilidades argumentativas e discutir a relação das mesmas com os conhecimentos prévios e o tipo de ensino. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito alunos do ensino médio noturno. Ela contemplava um problema científico, no qual dois bonecos de mesma massa eram apresentados aos alunos (figura 1). Eles deviam propor uma justificativa para a ordem de “derretimento” dos mesmos, com base nos dados e conhecimentos prévios. Esse problema foi selecionado por favorecer a ocorrência de argumentação pela não existência de uma única resposta. As questões eram direcionadas para favorecer a mobilização das habilidades apresentadas na tabela 1. A análise delas foi realizada a partir de um instrumento subsidiado pela literatura.

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